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abril 29, 2017

O NATAL DE JESUS CRISTO DA HISTÓRIA NA HISTÓRIA

O NATAL DE JESUS CRISTO DA HISTÓRIA NA HISTÓRIA
Autor: Pastor Flávio da Cunha Guimarães

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Acessada em: 20/12/2016

Este post tem como objetivo, esclarecer os leitores, que Jesus Cristo não nasceu dia vinte e cinco de dezembro, como usualmente se comemora, pois nesse período é inverno rigoroso na Palestina e os pastores estariam recolhidos com os rebanhos em locais cobertos e fechados, como as baias e não estariam nos campos como descreve o Evangelho de Jesus Cristo, em que Lucas escreveu, (2:8-20). Se não podemos saber o dia de seu nascimento, pelo menos podemos achar aproximadamente o mês em que Ele nasceu. No entanto, o mais importante não é sabermos o dia do nascimento de Jesus Cristo, mas sabermos que Ele nasceu. E as provas de que Ele nasceu são vastas, tanto na ´Bíblia bem como a literatura secular. Isso basta e é o suficiente.

Partindo dos relatos bíblicos que estão adiantes, concluímos que o nascimento de Jesus Cristo se deu entre maio a julho de nosso calendário, portanto, no verão de Canaã.

Antes, porém, de tratarmos de quando Jesus Cristo nasceu, vejamos o Jesus Cristo da história. O Jesus da história começa em (Gên. 3:15). Jeová está falando da vinda de Jesus Cristo para derrotar a serpente que é o Diabo, (Ap. 12:9 e 20:2). Bem como o (Sal. 22:1,16 e 18) que é uma referência claríssima sobre Jesus Cristo que se cumpriu em sua crucificação, (Mat. 27:35, 46 e João 20:25). Em se tratando de (Isaías. 7:14) o que se cumpriu em (Mat. 1:23 e Luc. 1:27), bem como (Isaías. 9:6-7) está se falando de Jesus Cristo. Quando lemos (Zac. 9:9) retrata a entrada triunfal de Cristo em Jerusalém, o que se cumpriu literalmente em (Mat. 21:5-7). Jesus Cristo entrou em Jerusalém em um jumentinho porque era o animal que simbolizava a paz, assim como o cavalo era o símbolo da guerra.

Vimos acima o Jesus Cristo da história, agora queremos fazer uma abordagem do Jesus Cristo na história. Em (Luc. 1:26-38) o anjo anuncia a Maria que ela engravidará e dará à luz um filho, sendo ela ainda virgem, que se chamará de Jesus e será filho do Altíssimo, o que se cumpriu em (Luc. 2:1-7).

O Jesus Cristo na história fazendo história na vida das pessoas. Quando lemos (Luc. 2:8-20) encontramos os pastores tendo uma visão em que lhes aparece um anjo trazendo novas de grande alegria, louvores celestiais como os pastores que vão a Belém, voltam louvando e glorificando ao Senhor. Além disso, (Mat. 2:1-12) diz que uns magos saíram do Oriente para Jerusalém, para visitarem o Jesus que nascera como Rei dos judeus, trazendo presentes para um rei que era “ouro, incenso e mirra”. O Jesus Cristo na história nasce com o status de Rei, que é o cumprimento do (Sal. 132:11-12). O Jesus Cristo na história perturbou o rei Herodes e alvoroçou a cidade de Jerusalém com ele, o que é descrito em (Mat. 2:3). O Jesus Cristo na história atraiu e atrai multidões a Ele, o que Ele mesmo disse em (João 12:32) e o que descreve (Mat. 21:8-11). Quando admoestado pelos fariseus em (Luc. 19:39-40) que mandasse a multidão parar de louvar com entusiasmo e alegria, a resposta foi que se eles parassem, as pedras clamariam. O Jesus Cristo na história, alvoroçou a cidade inteira, além dos milhares que vieram de outras cidades e regiões, para a Festa da Páscoa. Ele foi capaz de mudar a rotina e dar outro rumo a festa ao ser crucificado, (Mat. 27:24; Luc. 23:18). O Jesus Cristo na história dividiu o calendário em antes e depois de Cristo, o que nenhum outro líder nascido na forma humana foi capaz de fazer.

A GERAÇÃO E O NASCIMENTO DE JESUS CRISTO DA HISTÓRIA NA HISTÓRIA

A fecundação se deu assim de acordo com os relatos bíblicos. Os sacerdotes serviam no templo, divididos em vinte e quatro turnos. Cada turno por uma semana. Zacarias estava no turno de Abias, (Luc. 1:5), a turma de Abias era a oitava semana conforme (I Cron. 24:10). O ano judaico religioso começava com a Páscoa no mês de Abibe ou Nisã (Êx. 23:15; Deut. 16:1; Neem. 2:1 e Et. 3:7), que corresponde os nossos meses de março-abril. A oitava semana se dava mais ou menos no meado de Abril. O mês que Isabel engravidou é incerto, mas de acordo com (Luc. 1:24) que fala “depois desses dias”, que eram os dias que Zacarias estava ministrando no templo e o anjo apareceu a ele anunciando o nascimento de João, o Batista. Dias no greto (ἡμέρας – hemeras), significa um dia, o intervalo entre o nascer e o pôr do sol. O intervalo de vinte e quatro horas, abrangendo dia e noite. Depois desses dias, são alguns dias e não alguns meses. Isso significa que não foi um período longo para Isabel engravidar. Portanto, Isabel engravidou ainda no mês de Abibe ou Nisã = (Março-Abril) nosso, ou no máximo no mês de Zive ou Ijar, (Abril-Maio) nosso. Se contarmos os meses de Abibe, Zive, Sivã, Tamuz, Abe o sexto se dará no mês de Elul = Agosto-Setembro nosso. Se contarmos a partir do mês de Zive, Sivã, Tamuz, Abe, Elul o sexto mês se dará em Etanim, que corresponde Setembro-Outubro nosso. Se Maria engravidou seis meses após a gravidez de Isabel, (Luc. 1:26,36) sua prima, o que se dará no mês de Elul ou Etanim que são os meses de (Agosto-Setembro ou Setembro-Outubro) nosso. Se contarmos nove meses a partir de Elul = Agosto-Setembro, logo, nove meses após, ou seja, o nascimento de Jesus Cristo se deu no mês de Sivã = Maio-Junho nosso. Se contarmos os nove meses a partir do mês de Etanim = Setembro-Outubro nosso, o nascimento do Senhor Jesus Cristo se deu no mês de Tamuz = Junho-Julho nosso. Então, o Senhor Jesus nasceu no final da primavera ou início do verão em pleno calor de Canaã e no final de nosso outono para o início do inverno.

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Acessada em: 20/12/2016

Apesar que as pessoas, de um modo geral, se preocupam mais com o dia do nascimento do Senhor Jesus, do que com o mês e o ano. Todavia, o ano do nascimento de Cristo que foi estabelecido, está errado mais ou menos de quatro a seis anos antes de Cristo. Pelos estudos sobre a morte de Herodes, o Grande; o Eclipse lunar que ocorreu em doze ou treze de março do ano 750 da fundação de Roma; a data que o Monge Dionísio Exíguo já no sexto século d C, encarregado pelo papa João I (470-526) para compilar o calendário cristão para a Páscoa. Naquele tempo a data era calculada com base no Calendário juliano e a contagem era feita a partir do início do reinado do Imperador romano Caio Aurélio Valério Diocleciano, um perseguidor ferrenho dos cristãos. Ele governou cerca de 284 a 305 d C. Para achar o ano zero do nascimento de Cristo, podemos dizer que ele errou por 4 a 6 anos aproximadamente porque não observou que o Imperador CAIO JÚLIO CÉSAR OTÁVIO AUGUSTO, que reinou de 43 a C a 14 d C e reinou absoluto de 27 a C a 14 d C. Em seu reinado é que nasceu o Senhor Jesus Cristo. TIBÉRIO CLÁUDIO NERO, seu filho que o substituiu, reinou de 14 a 37 d C, portanto, em seu reinado aconteceu a crucificação do Senhor Jesus. Só que ele começou a reinar quatro anos antes da morte do pai, pois ficara enfermo e Dionísio Exíguo, baseou a data na morte do imperador para o início do reinado do filho. O papa Gregório XIII (1502-1585) não satisfeito ainda com o calendário existente em seus dias, fez com que “convocasse o jesuíta e matemático germânico Christoph Clavius (1537-1612) para verificar e corrigir os cálculos do calendário cristão/juliano, criando então o nosso atual calendário, também chamado de calendário gregoriano (1582), destinado a corrigir o calendário juliano/cristão, que então acumulava uma diferença de dez dias. No final do século XIX, quando a contagem cronológica da História pelo sistema Dionísio Exíguo já estava difundida e uniformizada pelo mundo, descobriu-se um erro de cálculo de 4 a 6 anos para trás. Como parece ser fidedigna a data da morte de Herodes (4 a. C.) na contagem gregoriana, alguns historiadores afirmam que Jesus, seguramente, nasceu antes desta data, e frequentemente são encontrados textos dando como data do nascimento do fundador do cristianismo dois anos antes (6 a. C.)”, Autor? Disponível em: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/DionisiM.html. Acessado em: 16/12/2016. O ano provável do nascimento de Cristo, de acordo com o calendário de fundação de Roma, é 746 a 749. Jesus nasceu no final da primavera ou verão de Canaã de 746 a 749, no ano 4 ou 5 a C. Isto é, antes do ano zero que estabeleceu. Portanto, o nosso calendário não é 2016, mas 2020 ou 2021.

Ainda que o Evangelho de Jesus Cristo que Lucas escreveu, (Luc. 2:2) diz que foi o primeiro recenseamento, o que é um acréscimo aos originais, o que incluiu o acréscimo pode ter se equivocado, pois à história secular e os escritores pagãos afirmam que houve três recenseamentos nos anos de: 726, 746, e 767 de Fundação de Roma. Quirino governou a Síria por duas vezes, o primeiro governo foi de 10 a 7 a C, quando se deu o primeiro recenseamento. O segundo reinado foi no ano 5 d C quando decretou o pagamento dos impostos, daí o recenseamento. Logo, foi em seu segundo reinado que Jesus Cristo nasceu.

Esclarecido, pois, os assuntos obscuros acima, passemos a considerar que a maior parte dos cristãos se interessa mais pelo dia do nascimento de Jesus do que pelo ano. Não é possível determinar com certeza o dia, o mês e o ano de seu nascimento; mas com certeza não é dia 25 de Dezembro, pois é inverno muito rigoroso na Palestina e os pastores não estariam em campo aberto ou nas montanhas à noite com os rebanhos, pelo contrário, os rebanhos estariam encurralados no período de novembro a março. Há várias datas sugeridas pelos autores antigos: Clemente de Alexandria que nasceu cerca de 150 d C e morreu cerca de 215-217 d C, diz que é vinte de maio. Tertuliano que viveu entre 160 a 220 d C, a coloca vinte de abril. Watson e Allen dizem que se fosse possível afirmar uma data do nascimento de Jesus Cristo, seria no verão ou no início de outono de 749 do calendário romano, data essa que estamos de acordo. WATSON e ELLEN, 1979, P. 231-234)

Lucas conta à história do nascimento de Cristo da perspectiva de Maria, o Filho de Deus da linhagem do rei Davi. Mateus tem o propósito apologético ao relatar o nascimento de Jesus. Ele queria amenizar a calúnia judaica de que Jesus Cristo nascera como filho ilegítimo, (Jo. 8:41). Mateus quer mostrar o cumprimento da profecia de Isaías acerca do nascimento virginal, o que Maria não continuou virgem para sempre, (Mat. 1:25; Luc. 2:7; Mar. 3:31-32; Mat. 13:55-56; Atos 1:14 e Gál. 1:19), com o devido esclarecimento. Quando a Bíblia usa a palavra “Unigênito”, Ela se refere a Jesus Cristo como o Único filho de Deus. Quando Ela usa a palavra “primogênito”, Ela está se referindo o primeiro filho de vários outros filhos. É o caso de (Mat. 1:25; Luc. 2:7; Rom. 8:29 e Heb. 11:28). Para isso conferimos o que dizem (João 1:14,18; 3:16,18; Heb. 11:17 e I João 4:9).

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Acessada em: 20/12/2016

Os Magos ou sábios do Oriente, (Mat. 2:1) talvez fossem astrólogos Persas ou indianos, visto que vieram do oriente. Eram três? A Bíblia não diz. Eram mais do que um, mas não se sabe quantos. Diz à tradição que eram três: Gaspar, Melchior e Baltazar. Cada um trouxe um presente: Ouro, Incenso e Mirra para o Rei. Quanto à estrela dizem ser uma conjunção de Saturno e Júpiter. Outros dizem ser um cometa. Nós, porém, preferimos crer que foi um fenômeno sobrenatural.

O mais importante não é sabermos o dia, o mês e o ano em que Jesus Cristo nasceu, mas sabermos que Ele nasceu. Tanto é verdade que Ele nasceu que o Jesus Cristo da história na história, não só mudou a história da humanidade. O calendário. Algumas nações. Mas o principal é que Ele mudou a história da vida de milhões e milhões de pessoas no decorrer dos séculos. Ele mudou a história de minha vida de um pecador condenado para um pecador redimido pelo seu precioso sangue, (I João 1:7), amém!

Bibliografia

1 – BOYER, Orlando S. Pequena Enciclopédia Bíblica. 7ª Ed. Editora Vida, Miami Flórida USA, 665 p.

2 – CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. I. Ed. Hagnos, 9ª Ed. São Paulo, 2008, 1039 P, P. 596-600.

3 – _______________________. Vol. II. Ed. Hagnos, 9ª Ed. São Paulo, 2008, 995 p, p. 718-721.

4 – MOULTON, Harold K. Léxico Grego Analítico. Trad. Everton Aleva de Oliveira e Davi Miguel Manço. Ed. Cultura Cristã, São Paulo, 2007, 460 p.

5 – SCHOLZ, Vilson e Roberto G. Bratcher. Novo Testamento Interlinear Grego – Português. 1ª Ed. Barueri, SBB, 2008, 979 p.

6- WATSON, S. L. e William Edson Allen. Harmonia dos Evangelhos. Revisado por William Edson Allen e A. Ben Oliver. 5ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1979, 267 p.

junho 02, 2016

O NASCIMENTO DO LIBERTADOR

O NASCIMENTO DO LIBERTADOR ÊXODO 2:1-10

Pastor Flávio da Cunha Guimarães

Este post tem como público alvo: Os teólogos, os pastores, os seminaristas, os pregadores da Palavra de Deus e aqueles que gostam de ler conteúdo sobre a Palavra do Senhor.

          O povo hebreu estava no Egito, por volta de 370 anos, que para lá fora através da família de Jacó, para passar apenas um tempo, tempo esse que se prolongou e o povo não se lembrava mais da promessa do Senhor, da terra prometida, aos antepassados Abraão, Isaque e Jacó. Daí que Deus permitiu levantar uma escravidão, um sofrimento ao povo de Deus, com a matança de bebês masculinos para que o povo hebreu clamasse por libertação, por liberdade que havia perdido e se lembrasse da promessa do Senhor da terra prometida e desejasse possuir essa terra. É neste contexto de sofrimento que nasceu o libertador do povo, Moisés, sendo ele o instrumento usado por Deus.

        OS PAIS DO LIBERTADOR, (ÊXODO 6:20).
        Nos diz o (V.1), que um homem que sabemos que era Anrão, (Êx. 6:20) da tribo dos levitas. Descendente, portanto, de Levi, o terceiro filho de Jacó com Lia ou Leia, como queira pronunciar; casou-se com uma descendente dos levitas, que sabemos que seu nome era Joquebede tia de Anrão, como nos diz (Êxodo 6:20).

        Anrão significa povo engrandecido, engrandecimento esse que se tornara em humilhação no Egito. E Joquebede significa Jeová é glória. Glória essa que fora ofuscada com a escravidão e com a matança dos bebês. Desse casamento nasceram Miriã, Arão e Moisés. Sendo Arão mais velho do que Moisés três anos como vemos em (Êxodo 7:7). De acordo com o que diz o (V.2), o bebê era muito bonito, formoso e saudável; por isso foi escondido por três meses, pois o decreto do rei era que os meninos hebreus recém-nascidos deveriam ser jogados no Rio.

        O que se entende é que Arão era para ser estrangulado ao nascer (1:16), o que não aconteceu; entre o nascimento de Arão e Moisés, Faraó estabeleceu o segundo decreto que tinha como teor ou pena, os bebês meninos dos hebreus serem jogados com vida no Rio Nilo. Um decreto cruel, desumano que obrigava os pais afogarem os próprios filhos. Moisés e tantos outros nasceram em um mundo hostil. Assim como Moisés, o fundador da nação de Israel, nasceu condenado a morte, Jesus Cristo depois de dois anos de nascido fora condenado a morte também sob o edito de Herodes, o Grande, (Mat. 2:16) e foi salvo da mesma ao fugir para o Egito, sendo Ele o fundador da Igreja do Senhor. Quando os pais de Moisés o abandonaram no Rio Nilo, Deus o amparou de maneira maravilhosa.

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O DRAMA DOS PAIS DO LIBERTADOR, (1:22 E 2:2).
Esconder libertador por três meses só porque eram hebreus, estrangeiros no Egito. A única razão para serem oprimidos, odiados e os filhos serem condenados a morte. Mas a sua vida foi preservada por algumas razões: 1 – O libertador tinha pais verdadeiramente crentes; 2 – Os pais tinham uma fé inabalável; e, 3 – Temos que ver a mão de Deus por trás de todos os acontecimentos.

        ESCONDERAM O LIBERTADOR POR TRÊS MESES, (V.2).
        Três meses longos diante de apreensão, da angústia, do medo, das incertezas e do sofrimento. Mas por outro lado, os pais esconderam o filho, não só pelo instinto maternal e paternal, o fizeram também pela fé em Deus, (Heb. 11:23), que o Senhor daria o livramento, o que de fato deu. Uma situação dramática. Nos coloquemos no lugar de Anrão e Joquebede para entendermos melhor essa mistura de sentimento em que viveram. Em lugar deles faríamos o que?

        NÃO PODENDO ESCONDER MAIS O LIBERTADOR, (V.3).
        Sem dúvidas é um relato dramático, sofrido e de uma mistura de medo, insegurança com fé e confiança que o Senhor haveria de entrar em ação. Mas o agir do Senhor não dispensa a ação humana no processo. Coube aos pais os preparativos, o planejamento em construir a arca com todos os detalhes e segurança, para se desprenderem do que não se podia desprender, o filho, na certeza que o livramento viria, como de fato veio pela ação do Senhor. Como é difícil abrir mão, se desprender, se desfazer do que não se pode ser desfeito. Podemos sentir uma mistura de sentimentos, de incertezas e medo, com a fé e esperança, nos pais do libertador, que Deus traria o filho de volta, como realmente o trouxe. Deus dá grandes coisas quando desprendemos delas e entregamos a Deus. Entendemos que foram a fé e a esperança que motivaram os pais do libertador construírem o cesto, o baú ou a arca de juncos ou papiros em abundância as margens do Rio Nilo, um tipo de planta de 2 a 4 metros de altura. Calafetaram, betumaram com petróleo, asfalto e piche para impermeabilizar a arca para não entrar água e o bebê morrer afogado. Toda essa descrição do (V.3) demonstra a fé, a esperança em livramento, mas também o amor ao filho querido e amado, o zelo, o cuidado em todos os detalhes.

        O LIBERTADOR É COLOCADO A BEIRA DO RIO, (V.3 E 4).
        A arca foi colocada na beira do Rio Nilo onde havia juncos ou papiros por algumas razões: 1ª – Porque não havia correnteza para o levar embora rio abaixo. 2ª razão – Porque havia menor perigo de crocodilo comê-lo do que em lugares limpos de areia ou praia. 3ª razão – Porque os juncos ofereciam sombra para amenizar o sol escaldante e consequentemente o calor. Após colocar a arca a beira do rio, a sua irmã Miriã (Êx. 15:20), que já era grandinha, ficou de longe olhando o que aconteceria com o seu irmãozinho e o que ia lhe suceder.

        Tudo muito bem planejado! O menino foi colocado ali de propósito, pois era o lugar onde a princesa real se banhava de acordo com o rito religioso, o que os hebreus sabiam e entendiam muito bem da religiosidade, a cultura e os costumes dos egípcios.


A PRINCESA VENDO A ARCA MANDA BUSCÁ-LA (V.5).
A princesa ao chegar ao ria para se banhar, viu a arca e mandou a sua criada pegar a mesma. Podemos perceber que Deus estava usando os planos humanos, ainda que os homens não notassem isso. A filha de faraó, diz os comentaristas, era a herdeira do trono, do reinado do Egito e seu nome era a famosa Hatshepsut. Por ela não ter filho, adotou o menino hebreu achado na arca. Aqui podemos ver que ela estava preparando o herdeiro do trono. Ela reinou sobre o Egito após a morte de seu pai de 1504 a 1483 a C. Além das razões políticas em fazer Moisés, seu filho, o príncipe legitimo em rei, está incluso na atitude da princesa os seus sentimentos maternais, sem descartar, porém, a inspiração e a direção divina.

        EIS QUE O LIBERTADOR CHORAVA (V.6).
        Ao chegar a arca junto dela, ela a abriu, vendo o menino e o mesmo chorava. Algumas razões o porquê o bebê chorava. Quais? Fome? Calor? Frio? Ausência da família? Foi o choro do bebê que a comoveu a ter compaixão? A fragilidade e por ser indefeso? Ou a ação divina na vida dela? Ao nosso entender as três últimas opções.


A COMPAIXÃO DA PRINCESA PELO LIBERTADOR (V.6).
Entre algumas palavras no hebraico que descrevem compaixão escolhemos duas para destacarmos, que são elas: (חרּם – Hûs) que tem o sentido de poupar a criança do sofrimento e da morte. Que descreve o sentimento de empatia para com quem está em dificuldades, que era o caso do bebê achado na arca na beira do rio. A outra palavra hebraica é: (חׇמַל – Hamal), que significa compaixão no sentido de uma reação emocional que resulta na ação para livrar a pessoa, que no caso aqui era o bebê, de uma dificuldade imediata. Já a palavra no grego em que o Antigo Testamento foi traduzido, Septuaginta é: (φείδομαι – feidomai) significa que a princesa foi sensível, amável e misericordiosa para com o bebê libertador, o que faltou ao pai dela. O que faltou no decorrer da história da humanidade. E que tem faltado a humanidade nos dias atuais. A filha de Faraó mal compreendia a amarga tristeza de não ser mãe, mas era o meio pelo o qual Deus estava preparando o coração dela para ter compaixão na hora propícia. Deus fez e faz com que os mais desprezados sejam servidos pelos grandes e nobres da terra, (Is. 49:23).

        Anrão e Joquebede ao prepararem a arca e coloca-la na beira do rio, revela pelo menos três coisas:
        1 – Eles estavam abrindo mão, desistindo, deixando ir o filho que era precioso para eles;
        2 – Por outro lado, diante de todo o plano, preparativo que providenciaram, demonstra que eles confiavam em Deus quanto ao bem estar da criança no futuro. Que Deus iria cuidar dele, que eles reencontrariam o filho e que o teria de volta no futuro, o que o Senhor recompensou de maneira maravilhosa a fé deles. O que de fato aconteceu de imediato quando a irmã sugeriu que uma mulher hebreia criasse o filho para a princesa, o que a princesa consentiu e o libertador veio para os braços da mãe que agora ainda recebe salário para criar o próprio filho; e,
        3 – Eles, os pais, não deixaram de cumprir o decreto de Faraó, (1:22), colocando o filho no Rio Nilo, mas de forma que o pudesse salvá-lo, o que originou o nome do libertador.

        PRIVILÉGIO E NÃO PRIVILÉGIOS
        Os pais do libertador tiveram o privilégio de gerar o filho, de cria-lo até certa idade, talvez uns quatro a seis anos, mas não tiveram o privilégio de educa-lo até ser jovem, nem mesmo escolher o seu nome. O que a princesa fez (V.10). Ela o chamou de Moisés. Que significa literalmente “tirar para fora”, “Tirar do rio, da água, salvar da água”, (SHEDD, 1978, P. 63 E MESQUITA, 1971, P.46).

        EDUCAÇÃO E INSTRUÇÃO DADAS A MOISÉS
        Moisés foi instruído em todo o conhecimento, em toda a ciência do Egito e como príncipe era poderoso em palavras e atos, (At. 7:22). Dizem os comentaristas que aprendera artes, línguas, matemática, geografia, história, escrita, literatura, filosofia, música e treinamento para a guerra. Ao desfilar em carros próprios, os súditos encurvavam-se, dobravam os joelhos diante dele.

        A RENÚNCIA DO LIBERTADOR
        Diante de todo esse glamour que poderia encher o seu ego, que o fazia famoso e poderoso, a tudo renunciou para servir a Deus entre o seu povo sendo o instrumento do Senhor para libertar o seu povo da escravidão, da mortandade e fazer desse povo marginalizado a nação do Senhor, o povo de Deus.

        Quantos que não querem renunciar nada para servir ao Senhor! Muito menos servir as pessoas! Que possamos aprender com Anrão e Joquebede, a ter fé de que o Senhor cuidará de nossos filhos quando fazemos nossa parte e dedicamos eles ao Senhor. Que possamos aprender com a princesa a ter compaixão dos indefesos e cuidar deles como ela teve e cuidou. Que possamos aprender com Moisés, o libertador, a renunciar fama, riquezas, luxo e glamour para estarmos a serviço do Deus vivo que recompensa milhões de vezes mais do que o que o mundo oferece, amém!

        Bibliografia

1 - BOYER, Orlando S. Pequena Enciclopédia Bíblica. 7ª Ed. Editora Vida, Miami Flórida USA, 665 p.

2 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. III. Ed. Hagnos, 9ª Edição, 2008, São Paulo, 935 P.

3 - COLE, R. Alan. Êxodo – Introdução e Comentário. Tradução de Carlos Oswaldo Pinto. Ed? Editoras Mundo Cristão e Vida Nova, São Paulo, 1972, 231 p.

4 - FRANCISCO, Clyde T. Introdução ao Velho Testamento. Tradução de Antônio Neves de Mesquita. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1979, 288 p.

5 - GUZINK`S, David. Comentário de Êxodo 2:1-10. e-Sword-the Sword of the LORD withan electronic edge.

6 - HARRIS, R. Laird; Gleason L. Archer Junior e Bruce K. Waltke. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. Tradução de Márcio Loureiro Redondo; Luiz A. T. Sayão e Carlos Osvaldo C. Pinto. 2008, Ed. Vida Nova, São Paulo, 1789 p, p. 235.

7 – JUNIOR, Luder Whitlock. Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri. Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999, 1728 p.

8 - MESQUITA, Antônio Neves de. Estudo no Livro de Êxodo.
3ª Edição. Rio de Janeiro. Editora JUERP, 1971, 270 P.

9 - OLIVEIRA, Marcelo Ribeiro de. Bíblia Sagrada Versão Digital 6.7 Freewere. 2014. Disponível em: < http://www.baixaki.com.br/download/a-biblia-sagrada-versao-digital.htm>. Acesso em: 15 dez. 2014.


10 – SHEDD, Russell Philip. Bíblia Vida Nova. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Editora: S. R. Edições Vida Nova, 2ª Ed. 1978, São Paulo.
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